sábado, 5 de março de 2011

Delegacia contabiliza 18 homicídios em fevereiro


Delegacia contabiliza 18 homicídios em fevereiro
Apesar da queda se comparado ao do mês de janeiro, em que foram registradas 21 mortes, número ainda é preocupante: no mesmo período de 2009 foram 12 óbitos
DAYSE RESENDE
cidades@otempobetim.com.br
Dados divulgados pela Delegacia de Homicídios na quarta-feira (2) dão conta que, em fevereiro, Betim registrou 18 assassinatos. Apesar de terem caído, se comparados aos do mês de janeiro, os números ainda são alarmantes: é que, durante o mesmo período de 2009, foram registrados 12 e, em 2010, 21. Com esse balanço, o número de homicídios dolosos até o fim da tarde de quinta (3) era de 39, ou seja, 25% maior que em 2010, quando foram registrados, no mesmo período, 31.
A última vítima foi K.E.D.M, 16. Ela foi encontrada morta em um beco próximo à rua Senhora do Bonfim, no bairro Jardim Teresópolis, no fim da noite de segunda (28), com as mãos amarradas para trás com um pedaço de fio e a boca tampada por um adesivo plástico.
Como se pode conferir na arte ao lado, a maioria dos crimes em fevereiro vitimou pessoas entre 19 e 30 anos, repetindo a situação de janeiro.
O instrumento mais utilizado pelos criminosos, que também voltou a se repetir, foi arma de fogo: 83,3% dos casos. Os outros foram com arma branca (objetos cortantes) e demais objetos ainda não divulgados pela perícia. Já a região em que mais se matou foi a Central, representando 27,8% dos crimes. Em seguida, veio o Citrolândia, com 22,2%.
Em entrevista, o delegado Kleyverson Rezende, da Delegacia de Homicídios, informou que a regional está trabalhando para apurar os crimes. "Temos um prazo legal de 30 dias para apurar. O que posso garantir é que, dos 39 homicídios neste ano, seis já foram indiciados", ressaltou.
Trocas de tiros
Ainda em fevereiro outros dois jovens morreram. Em ambos os casos as vítimas foram atingidas durante trocas de tiros com a PM, enquanto tentam fugir de assaltos.



Assunto é discutido na mídia
O descontrole da violência e o número de assassinatos no município foram motivo de um debate nesta semana, durante o programa do jornalista Eduardo Costa, na Rádio Itatiaia. Quem levantou a discussão em torno do tema foi o presidente da ONG Cidadã e da Associação Comunitária de Mães, Amigos e Moradores do Alterosas (Acmama), Luiz Germano, que realizou uma manifestação na avenida Governador Valadares, região Central.
Com o apoio de voluntários, ele expôs ao longo da via 448 cruzes vermelhas, simbolizando o número de homicídios registrados em Betim desde que MDC assumiu o governo, há dois anos.
Desta vez, ele criticou a falta de apoio das autoridades de Betim durante seu protesto e voltou a cobrar as clínicas de tratamento prometidas pelo governador Antênio Anastasia, em campanha política. “Nossa cidade está entre as cinco mais violentas do Estado. É lamentável toda essa sitiação, pois somos, em contrapartida, a segunda mais rica. Já está na hora de acabar com a hipocrisia e colocar em prática medidas preventivas”, criticou.
Quem também participou do debate sobre a violência foi o presidente da Fundação Educativa Nossa Senhora do Rosário, Neuci Gomes, que, na ocasião, ressaltou a falta de investimento na educação. (DR)


2 comentários:

  1. O problema da violência gera sem dúvida um aumento da mortalidade no Brasil, existem cidades que são mais violentas, como Betim que então tendem a ter uma maior necessidade infra-estrutura funerária para suportar a demanda local.
    Uma vez que o problema é local, o munícipio é o responsável por oferecer o suporte adequado a família das vítimas.

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  2. Adriana, sei de seu interesse por Betim, mas amplie seu leque de pesquisa. Outras cidades, estados, países...

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