Delegacia contabiliza 18 homicídios em fevereiro
Apesar da queda se comparado ao do mês de janeiro, em que foram registradas 21 mortes, número ainda é preocupante: no mesmo período de 2009 foram 12 óbitos
DAYSE RESENDE
cidades@otempobetim.com.br
Dados divulgados pela Delegacia de Homicídios na quarta-feira (2) dão conta que, em fevereiro, Betim registrou 18 assassinatos. Apesar de terem caído, se comparados aos do mês de janeiro, os números ainda são alarmantes: é que, durante o mesmo período de 2009, foram registrados 12 e, em 2010, 21. Com esse balanço, o número de homicídios dolosos até o fim da tarde de quinta (3) era de 39, ou seja, 25% maior que em 2010, quando foram registrados, no mesmo período, 31.
A última vítima foi K.E.D.M, 16. Ela foi encontrada morta em um beco próximo à rua Senhora do Bonfim, no bairro Jardim Teresópolis, no fim da noite de segunda (28), com as mãos amarradas para trás com um pedaço de fio e a boca tampada por um adesivo plástico.
Como se pode conferir na arte ao lado, a maioria dos crimes em fevereiro vitimou pessoas entre 19 e 30 anos, repetindo a situação de janeiro.
O instrumento mais utilizado pelos criminosos, que também voltou a se repetir, foi arma de fogo: 83,3% dos casos. Os outros foram com arma branca (objetos cortantes) e demais objetos ainda não divulgados pela perícia. Já a região em que mais se matou foi a Central, representando 27,8% dos crimes. Em seguida, veio o Citrolândia, com 22,2%.
Em entrevista, o delegado Kleyverson Rezende, da Delegacia de Homicídios, informou que a regional está trabalhando para apurar os crimes. "Temos um prazo legal de 30 dias para apurar. O que posso garantir é que, dos 39 homicídios neste ano, seis já foram indiciados", ressaltou.
Ainda em fevereiro outros dois jovens morreram. Em ambos os casos as vítimas foram atingidas durante trocas de tiros com a PM, enquanto tentam fugir de assaltos.
Assunto é discutido na mídia
O descontrole da violência e o número de assassinatos no município foram motivo de um debate nesta semana, durante o programa do jornalista Eduardo Costa, na Rádio Itatiaia. Quem levantou a discussão em torno do tema foi o presidente da ONG Cidadã e da Associação Comunitária de Mães, Amigos e Moradores do Alterosas (Acmama), Luiz Germano, que realizou uma manifestação na avenida Governador Valadares, região Central.
Com o apoio de voluntários, ele expôs ao longo da via 448 cruzes vermelhas, simbolizando o número de homicídios registrados em Betim desde que MDC assumiu o governo, há dois anos.
Desta vez, ele criticou a falta de apoio das autoridades de Betim durante seu protesto e voltou a cobrar as clínicas de tratamento prometidas pelo governador Antênio Anastasia, em campanha política. “Nossa cidade está entre as cinco mais violentas do Estado. É lamentável toda essa sitiação, pois somos, em contrapartida, a segunda mais rica. Já está na hora de acabar com a hipocrisia e colocar em prática medidas preventivas”, criticou.
Quem também participou do debate sobre a violência foi o presidente da Fundação Educativa Nossa Senhora do Rosário, Neuci Gomes, que, na ocasião, ressaltou a falta de investimento na educação. (DR)
O problema da violência gera sem dúvida um aumento da mortalidade no Brasil, existem cidades que são mais violentas, como Betim que então tendem a ter uma maior necessidade infra-estrutura funerária para suportar a demanda local.
ResponderExcluirUma vez que o problema é local, o munícipio é o responsável por oferecer o suporte adequado a família das vítimas.
Adriana, sei de seu interesse por Betim, mas amplie seu leque de pesquisa. Outras cidades, estados, países...
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