sábado, 4 de junho de 2011

Funerária quer dissolver corpos em vez de enterrar ou cremar

Um método utilizado para a dissolução de carcaças de animais poderá ser oferecido como opção do que fazer com os corpos humanos após a morte. O dono de uma funerária na cidade de Manchester, New Hampshire, nos Estados Unidos, busca ainda autorizações para oferecer o serviço, enquanto advogados querem revogar a lei estadual de 2006 que permite o uso do processo químico em corpos humanos.

A hidrólise alcalina, que utiliza um componente químico corrosivo chamado hidróxido de sódio (NaOH), é um processo criado há 16 anos e autorizado por lei no Minnesota e em New Hampshire. A hidrólise utiliza, além do hidróxido de sódio, calor de 300 graus e pressão de 60 libras por polegada ao quadrado para destruir os corpos em cilindros de aço. Segundo a AP, o resíduo final, líquido, tem cor de café e forte cheiro de amônia.
Quem propõe seu uso afirma que a solução é estéril e pode, na maioria dos casos, ser jogada pelo ralo com segurança. O processo também deixa restos de osso seco similar em aparência e volume a restos cremados, que podem ser devolvidos à família numa urna ou enterrado em cemitério.
"Nós acreditamos que este processo, que permite que os restos humanos sejam ejetados pelo ralo, é indigno", disse Patrick McGee, porta-voz da Diocese Católica Romana de Manchester.
A prática pode superar enterros e cremações entre as opções funerárias por ser mais vantajosa ao meio ambiente, dizem membros do serviço funerário. A hidrólise alcalina não ocupa espaço em cemitérios como os enterros. O processo também é melhor em relação à cremação, que emite dióxido de carbono e mercúrio.
"Não é com freqüência que surge uma tecnologia realmente inovadora no serviço funerário", informou o comunicado Funeral Service Insider em setembro de 2007.
O maior desafio será convencer o público a adotar a prática. Psicopatas e ditadores têm utilizado ácido ou hidróxido de sódio para torturar ou sumir com suas vítimas e a lei que disponibiliza a hidrólise alcalina à população em Nova York é chamada de "Lei do Hannibal Lecter", o personagem psicopata de Anthony Hopkins em filmes como O Silêncio dos Inocentes.
A deputada estadual Barbara French, entretanto, pensa que poderia optar pela técnica. "Estou chegando perto daquela idade e pensei em cremação, mas isto é tão bom quanto e causa menos problemas ambientais", disse Barbara, 81 anos. "Não me incomodaria mais do que ter o corpo queimado, já pensei sobre isso, mas estarei morta, mesmo", completa.
Nenhuma empresa funerária do mundo oferece o serviço, segundo o fabricante do equipamento. Nos Estados Unidos, dois centros médicos utilizam a tecnologia em corpos humanos, mas apenas em cadáveres doados para pesquisa.
Brad Crain, presidente da BioSafe Engineering, empresa que fabrica os cilindros, estima que 40 ou 50 estabelecimentos o utilizam em restos humanos, animais ou em ambos. Os usos incluem escolas veterinárias, universidades, empresas farmacêuticas e governo americano.

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